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    Observatorio do Acordo de Paris

    18 de novembro de 2022

    12º Dia da COP 27!

    Último dia de COP? Ainda não. Depois de uma madrugada de negociações em temas como financiamento para perdas e danos climáticos e mercados de carbono, ainda há muitas divergências não resolvidas. Neste momento, acontecem reuniões bilaterais para se tentar superar as diferentes posições políticas dos países e finalizar os textos de decisão para que eles possam ser levados à reunião plenária que vai adotar as decisões da COP.

    Na “plenária” final da COP, será adotado um pacote de decisões. Este pacote é um conjunto de documentos, que começa com uma decisão de capa, e depois varias decisões temáticas nos anexos. 

    A decisão de capa contém as principais mensagens políticas em relação aos temas mais relevantes da agenda, com muitas declarações aspiracionais, que não chegam a mandatar ações específicas e prazos concretos. Muitas vezes apenas mensagens no sentido de “encorajar” e não exatamente de “determinar” que os países tomem determinadas medidas.

    Mas a capa da decisão também pode ser mais executiva, estabelecendo processos, prazos e trabalhos, como por exemplo a decisão de Glasgow de criar um programa de trabalho para urgentemente aumentar a ambição em mitigação e implementação nesta década para recomendar uma decisão neste sentido na COP 27.

    Faz parte do processo de negociação da COP também então discutir o que vai constar nesta capa da decisão. Neste ano, há uma quantidade grande de agendas de alto impacto, como financiamento para perdas e danos, o programa de aumento de ambição de mitigação, a meta global de adaptação e a nova meta de financiamento climático dos países ricos. E também há os temas que foram trazidos na capa de decisão da COP 26, mas não chegaram a ser “operacionalizados”, como o reconhecimento dos países sobre a necessidade de se reduzir as emissões de carvão. 

    Pelo teor das negociações até o momento, há inclusive receio de que alguns países – como Índia – possam não querer sequer repetir ou reforçar essa mensagem, já que o carvão é uma fonte de emissões importante para diversos países emergentes. A preocupação desses grandes emissores países em desenvolvimento é que isso abra margem para aumentar seus compromissos e quebrar as premissas do chamado “princípio das responsabilidades comuns porém diferenciadas”, que impõe mais responsabilidades pela descarbonização aos países industrializadas. 

    Agora é aguardar para ver! Fique com a gente acompanhando.

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