4 de dezembro de 2023
Uma rede de apoio técnico em perdas e danos climáticos
Quem diria que o tema de perdas e danos climáticos seria a agenda com maiores avanços nesta COP? Depois da operacionalização do fundo de perdas e danos climáticos no 1o dia de COP, foi a vez de se avançar na estruturação da Rede de Santiago.
Criada na COP 25 em Madri, a Rede de Santiago é uma plataforma para conectar países vulneráveis com especialistas no mundo todo que possam prestar apoio técnico específico à necessidade de cada país em suas realidades para lidar com perdas e danos climáticos.
Nesta COP, o objetivo era definir a organização que vai secretariar esta plataforma. Havia uma divisão entre os países, com grande pressão dos latino-americanos para que o secretariado fosse sediado na região, por meio do Banco do Caribe, uma vez que a América Latina vem sofrendo frequentemente de desastres climáticos e há carência de representatividade regional da ONU.
O Secretariado da Rede de Santiago será hospedado por um consórcio entre os escritórios da ONU para redução de riscos de desastres (UNDRR) e de serviços especiais (UNOPS), e terá mandato de 5 anos, renováveis por mais 5 anos. Há consenso de que será necessária uma ampla presença regional para garantir o acesso equitativo e inclusivo à assistência técnica em todas as regiões geográficas das Nações Unidas, sem deixar nenhuma região para trás, mas ainda se discute como operacionalizar isso.
Imagens: UNFCCC e IISD/ENB | Mike Muzurakis